Palestra é interrompida por tiroteio, execução de policial e apagão
Às 21h30min de ontem (8), no anfiteatro Leda Regina de Souza, em Tijucas, quando o conselheiro tutelar brusquense Paulo Vendelino Kons questionava junto aos pais, adolescentes e educadores presentes sobre “o que leva um ser humano a matar outro, para se apoderar de um tênis”, iniciou-se ao redor do local um intenso tiroteio, seguido de um apagão.
De acordo com o palestrante, foi um momento de apreensão e tensão. “A agitação provocada pela situação fez temer pela ocorrência de uma tragédia. Pedi aos presentes para se manterem calmos e que as portas fossem fechadas. Imaginei que os marginais pudessem ingressar no anfiteatro e nos utilizar como escudo humano”, explicou Paulo Kons.
Após o tiroteio, verificou-se que dois policiais militares haviam sido baleados. Um deles morreu dentro da viatura. Uma motocicleta se aproximou, um homem desceu e atirou contra os policiais. Houve troca de tiros entre os policiais e os bandidos. O PM Thiago Fernandes José foi alvejado no braço e encaminhado para o hospital de Tijucas, sendo na sequência transferido para o Hospital Regional de São José. O policial militar assassinado, Everton Rodrigues de Bastos, tinha 23 anos. Era casado e deixou dois filhos. Integrava a Polícia Militar há um ano e meio.
Após o tiroteio, ocorreu um apagão em toda a região. “Pensei na possibilidade dos tiros terem atingido um equipamento da Celesc. E, com o piscar das luzes de emergência, deixamos o anfiteatro” explicou o conselheiro. No retorno a Brusque, percebeu que também Canelinha, São João Batista e Nova Trento estavam sem energia elétrica.
Antes da ocorrência, no início da palestra, Kons enfatizou que “a família constitui o primeiro e o mais importante grupo social de toda a pessoa. E, cotidianamente, depara-se com tantos desafios sociais e econômicos, culturais e religiosos, que a sociedade contemporânea enfrenta. E a violência tem se instalado em todos os ambientes de forma avassaladora. E é na família que ouvimos as batidas do próprio coração e o que ele verdadeiramente aspira como forma de realização pessoal e coletiva. Assim, precisamos nos mobilizar para assegurar que a família seja cada vez mais o espaço para formação do ser humano”, alertou o conselheiro.


